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Música da noite: "Quase Nada", tudo dito
Quando o essencial sussurra, a poesia em voz baixa vira um zen suburbano, entre o riso e o vazio.
Por LockDJ
Publicado em 23/10/2025 19:34 • Atualizado 23/10/2025 19:37
Música
Zeca Baleiro entrega um manual de perder-se bem devagar (Foto: Divulgação)

“Quase Nada” é dessas músicas que parecem nascer de um domingo em câmera lenta. Zeca Baleiro, com sua voz de quem conhece o peso e o humor da vida, transforma o banal em poesia e o silêncio em confissão. A canção flutua entre o desencanto e a ternura, como quem observa o mundo de uma janela antiga, com o coração meio cansado, meio curioso.

Há algo de zen e urbano nesse “quase nada”, uma filosofia maranhense, talvez, sobre o desapego e o riso diante da solidão. O arranjo minimalista deixa espaço para a palavra respirar, e cada verso soa como um pensamento que escapou sem pedir licença.


Baleiro canta o cotidiano com ironia doce, sem pressa de resolver os mistérios que ele mesmo cria.

 
No fim, a música parece um lembrete de que o essencial é leve, mas não vazio. Que viver é um exercício de se perder devagar, e ainda assim continuar cantando, com o mesmo humor melancólico que Zeca carrega desde sempre, fazendo das sobras um novo começo.

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