Os Beatles abriram o baú e divulgaram “I’ve Just Seen a Face (Take 3)”, gravação rara de 14 de junho de 1965 no Studio Two de Abbey Road, reacendendo o apetite dos fãs para o lançamento de Anthology 4, marcado para 21 de novembro. O take preserva a vibração de estúdio: risos, contagem, pequenas hesitações, e até a brincadeira de John Lennon sobre “Lonnie” (alusão a Lonnie Donegan, referência do skiffle), antes de errar a própria entrada.

É Beatles sem verniz, com a urgência que antecedeu a versão oficial de “Help!”.

Na sessão original, o quarteto gravou seis tomadas da canção, e a última abasteceu o álbum. Agora, o recorte do take 3 revela um violão mais rasgado e um vocal que parece correr na frente do tempo. É uma cápsula sonora do momento em que o folk-rock britânico ainda estava sendo desenhado em tempo real.

O que vem no Anthology 4

Com 36 faixas (13 totalmente inéditas entre takes e demos), o volume traz novas janelas para o processo criativo da banda, incluindo versões de “In My Life”, “Nowhere Man”, “If I Fell”, um ensaio inédito de “All You Need Is Love” para a BBC e novas mixagens de 2025 para “Free as a Bird” e “Real Love” (as peças-chave do resgate de estúdio dos anos 1990).

A estreia do disco será acompanhada por uma versão expandida e restaurada do documentário Anthology, agora em nove partes, que chega ao Disney+ em 26 de novembro.

Edição completa para colecionadores

Os quatro volumes da série serão relançados em coleção integral: box set com 12 LPs de 180 g e outro com 8 CDs, pela Apple Corps Ltd./Capitol/UMG, além de formatos digitais.

Se o take 3 de “I’ve Just Seen a Face” mostra algo, é que o mito também se constrói no calor das tentativas: tropeços, piadas internas e uma banda afinada pela eletricidade do momento. É esse making of emocional que Anthology 4 promete ampliar.