Jack Black tem a reputação de transformar qualquer entrevista em um stand-up improvisado. Mas, quando fala de Nacho Libre (2006), a piada dá lugar a um raro tom de seriedade: para ele, o filme de Jared Hess foi o papel mais desafiador de sua trajetória.
Acostumado à comédia física, Black precisou somar camadas que iam além do timing. Interpretar um estrangeiro no México, sustentar um sotaque, aprender os códigos da lucha libre e aceitar que, às vezes, o figurino é o maior antagonista.
No longa, ele é Ignacio, o monge-cozinheiro de um orfanato que decide subir ao ringue, máscara, collant e bravata, para arrecadar dinheiro e salvar a instituição (e, de quebra, impressionar a recém-chegada irmã noviça).
Em entrevistas de divulgação, Black admitiu que temeu se machucar e que a preparação exigiu disciplina pouco vista em seus papéis anteriores:
“Fiz judô na adolescência, mas ser luchador é outra coisa. Eu me machuquei algumas vezes”. O humor, claro, não ficou de fora: “Vista aquelas calças apertadas para ver só. É inseguro”, brincou, revelando que o verdadeiro terror não foi a máscara, e sim a sensação de sair “quase nu” diante da câmera.

Jack Black em cena do filme Nacho Libre (Foto: Divulgação)
Nem tudo foi perrengue. A filmagem no México rendeu imersão cultural, especialmente no Día de los Muertos, que o ator descreveu como um ritual de alegria e memória que gostaria de ver replicado nos EUA. Não por acaso, Black já manifestou vontade de revisitar o personagem. Afinal, Nacho Libre é exatamente a sua praia: um herói improvável que cai, levanta, inventa uma fanfarra para o próprio tropeço e vence pela insistência — no ringue e na risada.
Nacho Libre está disponível no momento apenas para assinantes do Mercado Play.