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Música da noite: o vazio que ficou na “Paisagem da Janela”
No dia em que o sol mineiro pareceu mais pálido, a música brasileira ganhou uma saudade luminosa.
Por LockDJ
Publicado em 03/11/2025 19:05 • Atualizado 03/11/2025 19:06
Música
No balanço discreto de um violão, Lô desenhou o Brasil de dentro para fora (Foto: Divulgação)

Há canções que não morrem, apenas mudam de casa. Paisagem da Janela é uma dessas. Lô Borges partiu, mas deixou no ar o eco de uma melodia que parece atravessar o tempo em câmera lenta, como se o mundo precisasse de pausa para respirar.


A música, que sempre falou de ver o amor pela fresta do cotidiano, hoje parece olhar de volta para nós, e perguntar o que fazemos com o que sentimos.

No balanço discreto de um violão, Lô desenhou o Brasil de dentro para fora. Sem pressa, sem grito, apenas com a doçura das esquinas e a leveza de quem sabia que o encanto mora nos intervalos. Sua voz, e o seu jeito de compor o silêncio, transformaram o comum em eternidade.

Agora, as janelas se abrem para uma ausência que é também presença. Porque Lô Borges não se despede, ele se dissolve na melancolia das tardes, nas esquinas de Belo Horizonte, nos refrões que seguem vivos, suaves, luminosos, infinitos como um pôr do sol mineiro.

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