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Como a amaldiçoada Dudleytown ecoa o universo de A Bruxa de Blair
A “vila amaldiçoada” de Connecticut inspira reflexão sobre o poder do medo e da lenda na cultura pop.
Por LockDJ
Publicado em 11/11/2025 11:32 • Atualizado 11/11/2025 11:32
Entretenimento
Fundada nos anos 1740, Dudleytown foi abandonada ao longo de décadas de desastres (Foto: Divulgação)

Quando o enredo de A Bruxa de Blair coloca três jovens desaparecendo em uma floresta sombria e desconhecida, o que vemos vai além do terror. É a construção de um mito que se alimenta de silêncio, vegetação fechada e recortes de vídeo tremulos. Agora, imagine esse cenário projetado para a vida real: É aí que se encontra Dudleytown, no seio da Floresta de Dark Entry, em Cornwall, Connecticut.


Fundada nos anos 1740, Dudleytown foi abandonada ao longo de décadas de desastres, doenças e eventos misteriosos. O que restou é uma aldeia fantasma cercada de narrativas de maldição, aparições e sanidade que se desfaz. Um dos relatos mais chocantes ocorreu após a chegada de um novo morador, e seis de seus parentes morreram de cólera em sequência. Posteriormente, um trabalhador que dizia ver “criaturas nas sombras” também caiu morto. A vila esvaziou por volta de 1900.

Esses relatos ecoam a estrutura narrativa de “found footage” de A bruxa de Blair, com jovens explorando território hostil, câmeras captando algo que não deveria estar lá, e o desaparecimento como desfecho. O filme, disponível para assinatura na plataforma Lionsgate e aluguel na Prime Vídeo, em diversos países, mostra justamente essa sensação: floresta que engole, lendas que se projetam e a dúvida entre o natural e o sobrenatural. 


Vale observar:

  • Forma e espaço: A floresta, o abandono, os sinais. Tanto no filme quanto em Dudleytown, o ambiente se torna personagem.

  • Lenda que prolifera: Em Dudleytown, a suposta decapitação de um ancestral dos Dudley na Inglaterra virou semente de maldição. No filme, a lenda da “Bruxa de Blair” se espalhou pela universidade antes de os jovens adentrarem os bosques.

  • Turismo e transgressão: A vila fantasma virou destino de “caçadores de assombração”; o filme inspirou movimentos similares  e o gosto por visitar locais proibidos virou cultura.

  • Medo como linguagem cultural: O que ambos os casos oferecem é menos o monstro visível e mais o invisível — o que está fora do campo de visão, o que escuta no escuro, o que não consegue explicar.

Se você é leitor ou leitora de cultura pop, cinema de horror ou turismo alternativo, Dudleytown oferece não só o pano de fundo para uma história real, mas também um espelho para o que vemos e sentimos quando apertamos “play” em uma noite escura, no streaming ou não. O medo compartilhado e o silêncio depois da última luz.

Dica de sessão dupla:

  1. Assista a A Bruxa de Blair e repare na tensão crescente, nas câmeras artesanais, na floresta que parece viva.

  2. Depois, leia sobre Dudleytown e veja as fotos das ruínas, os relatos dos visitantes, as trilhas fechadas.
    A junção desses dois universos abre o debate sobre quanto da assombração é real e quanto é construção cultural, e, talvez, sobre por que temos fascínio por locais que parecem nos rejeitar.


Importante: A visitação a Dudleytown é proibida, por se tratar de propriedade privada. O mistério permanece intacto também pela impossibilidade de certo acesso, o que, de certa forma, reforça o simbolismo.

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