“Eternal Flame” não pede atenção, se instala. Lançada pelo The Bangles no fim dos anos 1980, a música segue esse caminho de puro sentimentalismo. A melodia avança sem pressa, sustentada por pausas e espaços que dizem tanto quanto as palavras. Não há excesso, só voz, memória e um fio de intimidade que atravessa o ouvinte.

Escrita num período em que o pop buscava impacto imediato, a canção escolheu a contenção. Fala de amor sem promessa grandiosa, como se o sentimento existisse apesar do mundo, não por causa dele. O refrão não explode, permanece. E talvez por isso continue reaparecendo em trilhas pessoais, rádios noturnas e lembranças que resistem ao esquecimento.

“Eternal Flame” envelhece fora da lógica do calendário. Não pertence a 1989, nem a nenhuma década específica. Ela retorna sempre que alguém precisa de uma canção que acompanhe o pensamento, não o interrompa. Uma chama que não ilumina tudo, apenas o suficiente.