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Paul McCartney retorna ao Brasil pela 11ª vez
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Publicado em 12/10/2024

Numa entrevista para a revista “Uncut”, na segunda metade dos anos 1990, o ex-Beatle Paul McCartney foi questionado sobre por que raramente colocava canções novas nos setlists dos shows que fazia. “Quem sabe um dia, quando soltar um disco muito bom, deixo de tocar os sucessos para focar em novidades”, respondeu ele. A resposta está, claro, impregnada da típica ironia inglesa. Paul, 82 anos completados no dia 18 de junho, tem uma discografia marcada por pouquíssimos erros e uma busca incessante pelo pop perfeito.

“As pessoas pagam para escutar os meus sucessos e ficariam chateadas se eu deixasse de lado os momentos mais marcantes da minha carreira”, prosseguiu ele, na conversa para a publicação. Paul é o que no showbiz dão o nome de entertainer (algo como “entretenedor”, ou seja, alguém que entretém). Ele não se resume a desfilar uma canção atrás da outra: o ex-beatle diverte a plateia com frases na língua do país onde está se apresentando –os momentos falados em português são sempre divertidos– e cria interação única com o público.

Paul está de volta ao Brasil pela 11ª vez. Se apresenta nos dias 15 e 16 de outubro no Allianz Parque, em São Paulo, e dia 19 no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, Santa Catarina. As performances fazem parte da “Got Back Tour”, realizada no país pela Bonus Track.

O início de tudo se deu em junho de 2022, no festival de Glastonbury, um dos principais do mundo, na Inglaterra. O setlist, em geral, tem sido dividido entre canções dos Beatles e dos Wings, grupo que Paul formou, após a dissolução do quarteto inglês, com sua então mulher Linda, que assumiu os teclados e os vocais de apoio, e o guitarrista Denny Laine. Em meio aos sucessos, uma curiosidade: “In the Spite of All Danger”, primeira canção dos Quarrymen, grupo liderado por John Lennon, que Paul passou a integrar em 1957.

Paul é bicho de palco. Embora tenha se destacado pelas produções impecáveis em estúdio, é no meio da plateia que ele se realiza como artista. E o  Brasil o acolhe como se fosse um membro da família. A relação teve início em março de 1990, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Três anos depois, o cantor repetiu a dose em São Paulo e em Curitiba. Paul só voltaria ao país em 2010, com a mesma banda dos dias de hoje: o baterista e showman Abe Laboriel Jr. (atente para a dancinha em “Dance Tonight”), o tecladista Paul Wix, Rusty Anderson e Brian Ray nas guitarras (Ray assume o baixo na hora em que Paul sobe ao piano). O repertório é praticamente o mesmo que ele tem apresentado desde 2019. Mas, como ele mesmo cantou em “Silly Love Songs” (que, infelizmente, não faz mais parte de seu repertório de palco), “o que há de mal nisso?”.

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