Paulinho da Viola construiu uma trajetória marcada por composições refinadas e uma interpretação serena, sempre fiel às suas raízes e à Portela, sua escola de samba do coração.
Desde os primeiros acordes influenciados pelo pai, o violonista Benedicto Cesar Ramos de Faria, Paulinho trilhou um caminho que elevou o samba e renovou o choro, mantendo-se próximo às tradições sem deixar de inovar.
Seu álbum Foi um Rio que Passou em Minha Vida, lançado em 1970, trouxe a canção homônima, um dos sambas mais emblemáticos da música brasileira. A faixa, apresentada pela primeira vez em 1969 na Feira Mensal de MPB da TV Tupi, consolidou Paulinho da Viola nacionalmente e se tornou um hino informal da Portela.
A composição surgiu como um gesto de retribuição aos companheiros da escola, após o sucesso de Sei Lá, Mangueira, parceria com Hermínio Bello de Carvalho em homenagem à escola rival.
Embora Foi um Rio que Passou em Minha Vida não tenha sido o samba-enredo oficial da Portela, a recepção foi intensa. No documentário Meu Tempo é Hoje, Paulinho relembra como a canção foi cantada com entusiasmo no aquecimento do desfile e continuou ecoando após a apresentação.
Com uma presença de palco que transformava grandes shows em encontros intimistas, Paulinho da Viola fez do samba uma expressão de identidade e pertencimento, reafirmando sua posição como um dos grandes nomes da música brasileira.
Abaixo, aprecie uma performance ao vivo de "Foi um Rio que Passou em Minha Vida", o hino da Portela.