Marco na história do cinema, Tubarão completa 50 anos
Filme redefiniu a forma como o cinema norte-americano passou a explorar o suspense.
Por LockDJ
Publicado em 20/06/2025 10:51 • Atualizado 20/06/2025 10:51
Entretenimento
Tubarão segue despertando o interesse de novas gerações (Foto: Divulgação)

Lançado em 20 de junho de 1975, Tubarão, de Steven Spielberg, completa meio século mantendo sua relevância como um dos filmes mais emblemáticos da indústria cinematográfica. Baseado no livro homônimo de Peter Benchley, o longa não apenas inaugurou o conceito moderno de blockbuster, como redefiniu a forma como o cinema norte-americano passou a explorar o suspense, o medo coletivo e o poder do marketing na construção de um fenômeno cultural.

 

O enredo é direto: um grande tubarão branco ameaça uma pequena cidade litorânea no verão, colocando em xeque as decisões políticas e forçando uma expedição para capturá-lo. O que poderia ser apenas mais uma narrativa de predador marinho ganhou proporções maiores graças às escolhas técnicas e narrativas de Spielberg.

 

Um dos aspectos mais discutidos é a limitação técnica imposta pelo animatrônico do tubarão, que falhava constantemente nas filmagens. Isso levou o diretor a apostar no suspense indireto: o perigo é sugerido mais do que mostrado, recurso que se tornou a marca do filme e uma escola para gerações seguintes de cineastas.

 

A trilha sonora de John Williams também foi determinante. A repetição minimalista das notas graves criou um código de alerta imediato para o espectador, e hoje figura entre os temas mais reconhecíveis da história do cinema. O uso da câmera subjetiva, com ângulos que simulam o olhar do tubarão, e a montagem que intercala calmaria e ataques súbitos ampliam a tensão em grande parte do filme.

 

O elenco principal de Tubarão é composto por Roy Scheider, que interpreta o chefe de polícia Martin Brody, figura central da narrativa; Robert Shaw, no papel do caçador de tubarões Quint, cuja presença intensa marca boa parte do segundo ato do filme; e Richard Dreyfuss, como o oceanógrafo Matt Hooper, responsável por trazer uma perspectiva científica ao confronto com o predador. A química entre os três personagens, somada à tensão crescente da trama, foi decisiva para o êxito dramático do longa.

 

Tubarão também representou uma mudança na lógica de distribuição de filmes. A estratégia de lançamento amplo em centenas de salas nos EUA, associada a uma forte campanha televisiva, foi pioneira e abriu caminho para o modelo de grandes estreias simultâneas que passou a dominar a indústria.

 

O sucesso originou três continuações: Tubarão 2 (1978), Tubarão 3 (1983) e Tubarão – A Vingança (1987). Nenhuma alcançou o mesmo impacto do original, mas ajudaram a consolidar o filme como símbolo do medo contemporâneo do desconhecido nas águas. Com o tempo, Tubarão passou a ser objeto de estudos acadêmicos, análises críticas e revisitações cíclicas em cinematecas, festivais e plataformas de streaming.

 

Mesmo com os avanços da computação gráfica e novas abordagens cinematográficas, Tubarão segue despertando o interesse de novas gerações. Sua construção narrativa, o impacto cultural e o modo como explorou limites entre o medo real e o imaginado ainda encontram espaço em debates sobre cinema, comportamento coletivo e estratégias de direção.

 

Cinquenta anos após seu lançamento, o longa segue como referência. Não apenas por sua influência estética e industrial, mas por continuar gerando a mesma inquietação sempre que o som das notas graves começa a emergir. A praia ainda é a mesma, mas o olhar do público nunca mais voltou a ser.

 

Tubarão está disponível para assinantes do canal Telecine e aluguel nas plataformas Apple TV e Google Play. 

 

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