Em 1974, o Brasil foi presenteado com um dos álbuns mais marcantes da carreira de Raul Seixas: "Gita".
Terceiro disco solo de Raul, Gita foi gravado pela Philips (atual Universal Music), e tornou-se um verdadeiro fenômeno, vendendo 600 mil cópias. A vendagem garantiu o primeiro disco de ouro para o cantor.
Recém-chegado do exílio, Raul posou para a capa do disco vestido de guerrilheiro com uma guitarra vermelha, uma clara provocação à ditadura militar brasileira que o forçou a viver nos Estados Unidos.
Acompanhado do escritor Paulo Coelho, Raul compôs algumas de suas canções mais icônicas, incluindo "Gîtâ", inspirada no texto sagrado hindu Bhagavad Gita, "Sociedade Alternativa", baseada na obra de Aleister Crowley, e "Medo da Chuva".
O álbum ainda conta com faixas de autoria solo, como "O Trem das 7" e "S.O.S."
Faixas como "Trem das Sete" e "Loteria da Babilônia" também mencionam Aleister Crowley, sendo esta última inspirada em um conto de Jorge Luis Borges. "S.O.S." foi percebida por alguns críticos como uma homenagem à "Mr. Spaceman", dos The Byrds.
"Gita" não apenas consagrou Raul Seixas como um dos maiores nomes da música brasileira, mas também marcou época por suas letras profundas e provocativas. A parceria com Paulo Coelho trouxe um tom filosófico e místico às composições, refletindo as influências literárias e espirituais da dupla.
O álbum também teve algumas de suas canções gravadas em inglês, com traduções de Marcelo Ramos Motta, em uma tentativa de Raul e Paulo de alcançar sucesso nos Estados Unidos, embora essas versões não tenham sido lançadas.
Além do sucesso de "Gita", Raul Seixas e Paulo Coelho foram convidados a compor a trilha sonora da novela "O Rebu", da Rede Globo, também lançada em álbum homônimo.
Com 51 anos desde seu lançamento, "Gita" continua a ser uma obra-prima que inspira e ressoa com novas gerações, reafirmando o legado imortal de Raul Seixas na música brasileira.
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